segunda-feira, 5 de maio de 2008

Yanni e o "Trabalho em Equipe"

TRIBUTO [YANNI]

de um re-despertar

ELIANE SALUSTIANO *

Faz muitos mas muitos anos que não escrevo do que já me orgulhei (e da qual me preenchi) chamando de poesia.

Assistir ao show/apresentação de Tribute do Yanni levou-me (mesmo sem o envolvimento de um moderno home theather) ressuscitar um encantamento e uma magia para com os sentimentos (muitos deles!) desde a delicadeza do ser humano até mesmo a fortaleza que sustenta esse mesmo homem.

Esse contraste sempre foi tema dos meus rabiscos e hoje, ao som do que revive a minha essência e regada a um bom néctar dos deuses (que tanto aprendi a apreciar!) e que, inclusive, tentou com insucesso me deixar muitas vezes perto desse estágio .... que agora, somente agora, resolveu sair das minhas entranhas para ser registrado como memória da incrível parte de mim e de todos nós que nos faz maravilhosos seres humanos.

Cada suspiro, fascínio ou regozijo de lágrima me faz sentir plena e dominada pela magia da felicidade e do contato com meu ser interno.

Se essas palavras nem vierem a ter sentido, repito que são frutos de um brainstorm incessantes e delirantes do renascer de um pedaço de mim presente sempre mas ausente de registro por muitos, realmente muitos anos.

Hoje, quase aos 31 anos me recordo de rabiscar emoções aos 17. São quase 15 anos atrás, talvez o aguardo de um debutar de mim mesma.

Realmente este momento da minha vida parece ser especialmente único, recheado de descobertas e conquistas magníficas tanto externas quanto (e principalmente) internas.

Penso que se vier a encerrar o meu caminho hoje, nem cheguei a desfrutar 1/1000 do que a vida poderia me proporcionar mas consegui sim, e disto me orgulho (como me orgulho) de entender um bocado de mim, de meus anseios, de minhas restrições, da minha fortaleza, do meu sentimentalismo e da minha humanidade.

Depois de me sentir muitas vezes “menor/ péssima/ pior hoje”, incrivelmente, e de forma muito natural, hoje estes predicados nem passam mais pela minha cabeça.

Que interessantemente bom!

E interessantemente bom é também poder dividir momentos da minha vida com pessoas fascinantemente interessantes muitas vezes sem mesmo elas saberem que o são.

Lembrar de amigos distantes e queridos, cheios de significâncias internas para mim que nem mesmo eles, ou, até mesmo eu, temos plena noção.

Garranchos registram esse delírio consciente (ah! como adoro esses paradoxos!). Na verdade cheguei a conclusão de que paradoxos me fascinam. Delirar também. Saber que num mundo em que aprendi a conquistar racional e friamente encontro momentos e maneiras de expressar o meu eu pleno que está distante da maldade, da conveniência, do marketing pessoal.

Existe sim em mim (e acredito que em qualquer pessoa também) um marketing natural que quero transmitir aos meus conviventes pelo brilho do meu olhar e o sorriso único que o universo me presenteou.

Lembrei de sentimentos possíveis e incríveis de compartilhar como o arrepio a receber um beijo, o beijo na nuca ao som do magnetismo de uma música envolvente. O “fazer amor” transando que envolve almas com fascínio e igualmente com desejo.

Ah! Como é lindo e vasto o mundo que podemos escolher para viver e, de forma simples, o que talvez possa mais amedrontar é saber que desfrutar de tudo isso e muito mais (e tudo mais) que o infinito depende unicamente de nossas escolhas. Como no filme “Efeito Borboleta” escolher é definir o pedaço do mundo onde será possível você atuar e brilhar (ou até mesmo, infelizmente, se ofuscar).

Mas esse brilho, ah! como esse brilho fascina tanto a quem brilha como a quem assiste esta magnífica manifestação de êxtase humano.

Sabe ... poder discorrer sobre algumas graduações do ser humano é ótimo, digo, tanto ser (e saber quando se precisa ser) a criança que necessita de afago e carinho, quanto o adolescente inconseqüentemente desbravador ou mesmo adulto coerentemente entendedor.

Olha que gama de papéis e de momentos nos são permitidos!

E quando temos consciência e curtimos cada um deles, sabendo de nossa ânsia do momento, é única e delicadamente uma magnífica experiência.

Lindo também é saber que há pessoas no mundo que podem compartilhar dessa reflexão porque a vivem, viveram ou desejam viver e, mais ainda, têm e devem acrescer comentários a este momento de ressurreição do delírio poético.

NOTAS DE AUTORIA

Eliane é escritora advogada e contadora. Contato

Link externo: Yanni


2 comentários:

Unknown disse...

Para esclarecimento, este artigo tem como fonte a revista eletrônica Tesseract: http://tesseract.sites.uol.com.br - Revista de Identidade e Multiculturalismo. Obrigada, Quoist, por nos qualificar!

Quoist disse...

Ziza,
Gratos pela visita.
Valeu