terça-feira, 20 de maio de 2008


Espiritualidade Organizacional

Você já imaginou chegar ao escritório, ligar seu computador e de repente se deparar com um e.mail de Deus dizendo mais ou menos assim?

“Como você acordou esta manhã?

Eu tinha esperança de que você falasse comigo, mesmo que fosse apenas umas poucas palavras, querendo saber minha opinião sobre algumas coisas ou mesmo me agradecendo por algo bom que aconteceu em sua vida ontem.

Tudo bem!

Fique tranqüilo Eu posso esperar, afinal, tenho muita paciência, muito mais do que você pode imaginar.

Na verdade Eu apenas gostaria de fazer algumas colocações que poderiam ser-lhes úteis em seu trabalho.

Queria ensinar como ser paciente com as outras pessoas e como ser bom.

Dizer-lhe que o sucesso de uma empresa não depende só de uma boa dose de competência, mas, também de uma espiritualidade interna.

Você deve estar pensando:

- Se vai falar de religião, to fora!

Não, não vou falar de religião, aliás, talvez esta seja a maior confusão que os executivos das empresas fazem.

Na verdade trata-se de coisas muito distintas.

Para deixar bem claro pra você Eu diria que religião é uma opção livre e consciente que as pessoas fazem.

Da adesão a uma confissão religiosa, tais pessoas realizam a transcendência de si por meio da experiência de comunhão com um Ser Superior, Eu.

Já quando me refiro à espiritualidade, estou falando de postura, de conduta no caminho do bem e da prosperidade ética, um auxiliando o outro na busca dos objetivos, sejam organizacionais ou pessoais, independente de qualquer crença ou adesão a uma confissão religiosa.

A espiritualidade não é algo concreto ou palpável, mas incide diretamente na maneira de ser do ser humano.

Ela nasce e se consolida no cotidiano de quem a cultiva, de quem se dispõe a aprender com as adversidades e as diferenças interpessoais.

A espiritualidade reveste as pessoas de retas intenções e, conseqüentemente, de bons sentimentos.

Logo, só pode trazer benefícios a todos os envolvidos no processo organizacional, pois, o que prevalece não é a lei do ganha, é a lei do participar para somar.

Neste sentido, a espiritualidade se mostra consistente pela perspectiva do sentir humano e na sua empresa existem vários fatores que podem te levar a crer que você possa desenvolvê-la.

Você deve estar se questionando, de que fatores Ele está falando?

Eu diria que dentre eles está a busca constante de aperfeiçoamento das pessoas, as crenças, os valores éticos e morais tão importantes para direcionar comportamentos dentro da organização, logo, a somatória do caráter de cada colaborador é que forma a espiritualidade de sua empresa.

Ah! Você quer colocar seus argumentos, vamos lá.

- Quero sim. Para começar eu não acho que a espiritualidade é a única responsável pela conduta e postura pessoal dos colaboradores, é claro que a presença da religiosidade pode contribuir e trazer benefícios espirituais, porém, a grande força motivadora para uma mudança de postura coletiva está na conduta ética das ações pessoais, desse modo entendo espiritualidade como sendo a faculdade humana de gerar harmonia entre razão e emoção, de divisar e conferir sentido as suas tarefas e ações na empresa.

Você está certo, até porque Eu não estou afirmando que é a única.

Estou dizendo que por meio da espiritualidade é possível mudar a empresa, mudar a sociedade, mudar o mundo.

Hei! Por que este ar de incredulidade.

Ah! Já sei foi porque Eu usei a frase mudar o mundo.

E por que não?

Imagine as pessoas instaurando propósitos e atividades em que a capacidade de doar, perdoar, amar, compadecer-se, ser paciente, bondoso, honesto, estivesse referendando as relações, os negócios!

Diante do prestígio que o meio empresarial desfruta atualmente, sonho com o dia em que desse meio surjam iniciativas em prol da mudança da sociedade mundial.

Penso que grandes transformações começam dentro das pessoas, principalmente pelo cultivo de bons sentimentos.

Se o que emana das pessoas é bom, o que elas produzem também irradia isso.

Por onde começar?

A mudança do mundo começa a partir da convicção dessa possibilidade, pois, o cultivo de uma espiritualidade por parte dos colaboradores de uma empresa pode contribuir positivamente na revitalização organizacional.

Você deve estar se questionando, tudo bem, mas, qual espiritualidade?

Eu te diria que o homem, finalmente, parece que está se cansando de concentrar-se só no material e está chegando à conclusão que o progresso tecnológico não pode satisfazer sozinho as aspirações humanas de felicidade e bem-estar.

Mesmo no mundo corporativo você não pode esquecer que o ponto de mira nessa viagem pela vida é a felicidade, pois, a estrada da carreira profissional pode levar ao sucesso, mas, não a felicidade e esta felicidade não poderá ser plena sem inserir a presença divina em seu cotidiano.

O que Eu quero dizer por profissional espiritualizado?

Partindo do pressuposto de que espiritualidade não é uma técnica e sim um valor de vida, um profissional espiritualizado é uma pessoa que confia plenamente em sua equipe, não faz julgamentos precipitados, procura corrigir os erros sem ficar procurando culpados.

Trata-se de um profissional que torce pelo sucesso dos colegas.

É uma pessoa que traz principalmente a harmonia a um ambiente repleto de disputas, de corridas pela vaidade e pelo reconhecimento.

Você deve estar indagando se Eu não estou falando de espiritualidade organizacional.

Pode ser, afinal, você pode dar o nome que quiser.

O que estou dizendo é que a espiritualidade é condição profissional onde cada colaborador encontra-se trabalhando “para servir”.

Servir aos clientes, aos colegas, à comunidade.

Enfim, espiritualidade é o que cria as reais condições de um relacionamento harmônico entre todos.

Trata-se de algo que leva o profissional de hoje a entender que, mais do que saber fazer para estar apto a enfrentar situações de mudança e agir sobre o meio, ele precisa saber ser para desenvolver sua personalidade e responsabilidade pessoal.

Tenha um bom dia!

Seu sempre amigo,

Deus”.

Um bom e abençoado Corpus Christi a todos.


Rubens Fava

2 comentários:

Unknown disse...

Ola amigos e amigas

Penso que esses valores estão longe de retornar ao nosso cotidiano.
Em um micro, às vezes, existem esses valores. Essa micro vai crescendo, vai crescendo e se torna um companhia de capital aberto.
Desse momento em diante os acionistas comandam. Só enxergam lucros.
Não sentem dores...

Abraços
Sergio

Allan Renato Hoffmann disse...

Acho que esse indicativo do Sr. Sergio tem lá o seu fundo de verdade, com base na realidade do Mercado e suas ideologias subjacentes e até mesmo descaradamente explícitas nas relações humanas deste contexto. Embora um tanto realista, essa consideração do Sr Sergio, ao meu ver, possui um certo tom de desesperança em relação à transformação desta realidade. Se pensarmos assim, consequentemente, assumimos uma postura pessimista e de acomodação e incorporação do status quo, que nos cerca, nos engole e, aos poucos, dilascera-nos e nos destrói por completo. Diria que a utopia é o que nos permite ter esperanças. Esperanças de efetivação de realidades ainda potenciais, mas que não são impossíveis de serem concretizadas. Somente nossa abertura e incorporação de uma esperança em relação a um mundo melhor poderá efetivar a realização de uma completa transformação das estruturas de morte presentes na sociedade.
allanteologo@gmail.com