segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Senhor, fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Daí, Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa, longa noite escura, numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós, minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Uma história de Natal!
Foi um incidente "de cabeça para baixo" que ficou flutuando em minha memória quando comecei a escrever esta história. A lembrança era de uma noite de Natal. Foi um encontro perfeitamente natural, nada de milagroso.
E foi um encontro bom, que fez a missa de Natal um pouco mais jubilosa e as meditações que se seguiram um pouco mais profundas.
Quando já estava saindo e, tinha me virado, depois de trancar a porta, fui confrontada com um negro muito bonito, de meia idade e uma mulher pequena e mais jovem. Evidentemente, era sua esposa e ela segurava uma criança em seus braços. Não podia ver o rosto do bebê. Estava tão embrulhado contra o vento, úmido e forte, que soprava em Nova York.
Educadamente, o homem levantou seu chapéu e, com o doce sotaque do sul, disse-me que ele e sua esposa estavam perdidos na cidade. Tinham acabado de sair do trem. Ele era carpinteiro, esperando encontrar um emprego melhor do que o da pequena vila de onde vieram. Mas, com uma coisa e outra, tinham-se perdido. Não tinham dinheiro, quer dizer, não o suficiente para um pernoite. Talvez eu pudesse dizer-lhes onde ir, o que fazer e a quem poderiam pedir ajuda.
Dito isto ficou aliviado, educada e silenciosamente, esperando por minha resposta. Sua esposa, que não havia dito uma palavra, somente sorriu uma ou duas vezes para mim. Ela estava tão confiante e tranqüila quanto ele, certos de que eu era a pessoa certa para ajudá-los.
Diante de minha visão apareceu um telefone. Quase voltei e abri a porta para contatar alguma agência social que pudessem atendê-los em suas necessidades. Então olhei para o meu relógio. Eram quase onze horas e véspera de Natal! Quem poderia encontrar a esta hora? E onde? E se encontrassem, esta pobre família teria que encontrar caminhos estranhos. Poderia, naturalmente, mandá-los de táxi. Tinha um dinheiro extra em minha bolsa, milagre dos milagres. Mas o abrigo de famílias de Nova York separava as famílias, as vezes, por falta de lugar.
Falta de lugar! Noite de Natal! Homem, mulher, criança! tudo de repente ficou claro para mim. Naturalmente, sabia que era só uma coincidência. Bom, de certa forma. Mas, tantas pessoas vinham na Casa da Amizade para este tipo de ajuda ou informação. Não, não era hora de mandar tal família para lugar algum. Era hora de oferecer-lhes hospitalidade pessoal, mesmo que por nenhuma outra razão que expiar a hospitalidade que não foi dada há quase dois mil anos atrás.
Naturalmente! Porque não havia pensado nisto antes! Havia o que o pessoal da Casa da Amizade chamava de "Eremitério", quer dizer, meu quarto. Era tantas coisas em uma. Tinha uma escrivaninha, uma cama, um fogão completo, com forno, uma espécie de geladeira, doada pela administração; às vezes até funcionava. O quarto tinha uma pia e uma lavanderia, uma banheira completa. Sim, era um lugar aconchegante, especialmente à noite. Ganhei uma árvore de Natal enfeitada, de mais ou menos 10 centímetros. Estava longe dos pinheiros imponentes, nativos da Rússia, tão dignos em sua beleza majestosa.
Ainda assim, a pequena árvore era bonita, muito bonita. Coloquei em baixo dela uma miniatura de manjedoura. Quando voltasse da missa, pretendia colocar o Menino lá. Sim, o quarto era limpinho e muito, muito aconchegante. Porque não convidar o casal para passar a noite lá? Amanhã poderia contatar as agências.
Pensamento mais rápido não poderia ter ocorrido. Meu casal estranho estava ainda em silêncio, cortesmente, esperando por minha resposta que certamente parecia demorar. Mas não mostravam sinais de impaciência.
Devagar, e por alguma razão inexplicável, timidamente, convidei-os para entrar no eremitério, pedindo desculpas pela simplicidade do lugar. A mulher endireitou-se e parecia mais alta quando apertava a criança mais perto de si. O homem agradeceu e começaram a me seguir.
Andamos os três longos blocos que separam a porta de meu quarto. Ninguém disse uma palavra. Ainda assim, o silêncio era companheiro.
Uma vez no quarto, os deixei o mais confortável possível. O bebê, finalmente fora de seus embrulhos, era amável. Não o ouvi chorar. O homem disse que era um menino, o primogênito. Fiz café, fritei alguns ovos, arrumei a mesa e então disse a eles que viria vê-los depois da missa.
Foi uma das missas mais bonitas de que já participei. O pensamento dos meus três peregrinos, abrigados no quarto aconchegante, provavelmente, ajudou. Hospitalidade pessoal a estranhos, para Cristo, aquece quem a dá tanto quanto uma bênção propriamente dita.
Terminada a missa, voltei logo para meu quarto. Para meu espanto, encontrei a porta da frente aberta! Isto nunca acontece no Harlem, onde usamos várias trancas, por segurança. Empurrei a porta aberta. A sala estava vazia.
As louças haviam sido lavadas e colocadas em seus devidos lugares. Nenhum sinal de ocupação. O Menino que pretendia colocar na pequena manjedoura, embaixo da árvore, já estava lá e uma vela estava acesa na minha janela!
Catherine de Hueck Doherty
Dia Internacional da Mulher - Madre Teresa de Calcutá
26 de agosto
Dia Internacional da Igualdade Feminina
O Brasil nunca teve uma lei específica que assegurasse à mulher as garantias contra os abusos cometidos em função de sua condição feminina. As diversas Constituições brasileiras revelam o crescimento pelo respeito às mulheres, na medida em que estas foram se fazendo presentes, de forma cada vez mais marcante na sociedade, até atingir o nível atual de igualdade de direitos e deveres legais entre homens e mulheres.
Desde a Independência, em 1822, o país consolidou sete Constituições, entre 1824 e 1988. A primeira, de 1824, é omissa quanto à mulher. Nela prevalecia a vontade masculina; os direitos sociais estavam voltados, exclusivamente, para o homem. A mulher não tinha direito ao voto, muito menos a se candidatar a um cargo público ou a um mandato eletivo, por exemplo. Não possuía direito trabalhista específico, nem proteção a sua condição feminina. Entretanto, com a Constituição Federal de 1988, consolidou-se a igualdade entre os sexos, a proibição de distinções de qualquer natureza, dentre outras vantagens para as mulheres. Como principais avanços relacionados diretamente à mulher, destaca-se o inciso I do art. 5o, que consagrou o sonho de igualdade de direitos e deveres de todas as pessoas, independentemente de cor, raça, sexo etc.: "I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição".
É com base nessa Carta Maior que estão apoiadas todas as leis vigentes no Brasil, sobretudo a lei n? 10.872, de 10/9/2001, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em 11/9/2001, estabelece medidas que asseguram a igualdade feminina, vedando sua discriminação e dando providências sobre seu não-cumprimento.
Desde a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, adotada pela resolução no 34/180, assinada pela Assembléia Geral da ONU, em 18/12/1979, o movimento feminista internacional deu visibilidade à violência praticada contra a mulher ao longo dos anos e a tornou pública para todo o mundo na Conferência Mundial dos Direitos Humanos, em Viena, em 1993, quando a ONU declarou que "os direitos das mulheres são direitos humanos" e que "a violência contra a mulher constitui um obstáculo ao desenvolvimento e um atentado aos direitos humanos".
Dessa maneira, e ainda mais pressionados pelos movimentos feministas internacionais, os países passaram a nomear, viabilizar, denunciar e propor políticas para a eliminação da violência contra a mulher.
No Brasil, desde meados da década de 1980, foram criados: delegacias especiais de atendimento à mulher, centros de saúde para dar atenção a mulheres vítimas de violência física e abrigos destinados a mulheres que sofrem violência doméstica. A manutenção desses serviços, porém, exige um esforço permanente do movimento de mulheres junto ao Estado e à sociedade internacional, visto que as sociedades machistas resistem aos novos valores.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Família, pessoas que se unem para juntas construir felicidade, amor e perdão.
Família é festa, dança, joelho machucado, risos e oração. É aprender equilibrar-se na bicicleta, com o pai, a mãe ou os irmãos. É choro a qualquer hora, é birra, é sermão, é o meio da noite acordar todo mundo ou fugir para o quarto com medo do bicho-papão.
É ouvir belas histórias e aprender a olhar estrelas. É fazer a maior confusão com os bichinhos de estimação. É aprender a ir pra escola e fazer a lição. É brigar por qualquer razão e fazer as pazes depois com um sorriso tímido ou um pedido de perdão.
Família é aprendizado constante, é paz no coração. É aprender muito com o pai, a mãe ou com os irmãos. É tomar banho de chuva e entrar em casa todo molhado sem dar explicação.
É pedir a bênção em qualquer hora e ter a certeza de que não estamos sozinhos, não. É aprender que Deus cuida da gente e nos ama de montão.
É ouvir juntos os pingos de chuva no telhado e ficar quietinha em casa curtindo o instante. É aprender a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria.
É comemorar cada novo acontecimento, cada conquista da mãe, do pai, do irmão, da irmã.
É ter as preocupações, mas com matizes diferentes. É aprender que cada um tem seu jeito de ser e viver uma mesma situação.
É aprender solidariedade e participação.
É dividir a casa, o quarto, a televisão e o coração.
Ser família é ter colinho, amor de irmão.
É ter a quem dar a mão.
Maria Goretti de Oliveira
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
A Rotina...ah! a rotina
A rotina é uma das companheiras mais constantes de nossa caminhada: com ela convivemos e dela nos alimentamos.
Rotina é a ladainha das palavras repetidas, dos gestos refeitos, dos caminhos repercorridos, das tarefas reexecutadas, das canções recantadas, das páginas relidas...
Incansavelmente, vamos ao poço de Jacó: descemos o balde, puxamos o balde, voltamos para casa, retornamos ao poço e regressamos para casa...
Quantas vezes por dia, quantos dias por ano? Grande número de mulheres nordestinas poderia dizer-nos o quanto cansam essas idas e voltas em busca de água...
Mas é só substituirmos o poço de Jacó por nosso emprego, por nossas tarefas e compromissos repetitivos, que, também nós, logo acabaremos deparando com a bem conhecida rotina.
Sentimo-nos eternos samaritanos e samaritanas, ficamos com a impressão de girar no vazio e mergulhamos em depressão ao pensar que amanhã será a mesma coisa...
Poderia, porém, não ser a mesma coisa se nós, ainda que na mais chata rotina da vida, tivéssemos a capacidade de detectar a presença de Alguém querendo se manifestar em nós, tentando conversar conosco, caminhar conosco, viver, trabalhar, sofrer e amar conosco...
Bom é aprendermos a decifrar os símbolos, a valorizar os lugares onde pisamos, a ler os acontecimentos e os sinais dos tempos, a prestar atenção às pessoas que convivem conosco ou que encontramos por acaso.
Qualquer lugar poderia ser para nós o poço de Jacó, quaisquer pessoas ou acontecimentos poderiam trazer-nos à presença de Jesus.
De modo que ele nos revele as verdades que precisamos saber e deixemos de andar na vida sem eira nem beira...
Por isso, bom-dia a todas as rotinas do mundo, que, apesar de sua chatice sem fim, podem nos proporcionar o encontro com o Deus da novidade e da vida!
Virgílio Ciaccio
Inspirado em Jo 4,5-42
Rotina é a ladainha das palavras repetidas, dos gestos refeitos, dos caminhos repercorridos, das tarefas reexecutadas, das canções recantadas, das páginas relidas...
Incansavelmente, vamos ao poço de Jacó: descemos o balde, puxamos o balde, voltamos para casa, retornamos ao poço e regressamos para casa...
Quantas vezes por dia, quantos dias por ano? Grande número de mulheres nordestinas poderia dizer-nos o quanto cansam essas idas e voltas em busca de água...
Mas é só substituirmos o poço de Jacó por nosso emprego, por nossas tarefas e compromissos repetitivos, que, também nós, logo acabaremos deparando com a bem conhecida rotina.
Sentimo-nos eternos samaritanos e samaritanas, ficamos com a impressão de girar no vazio e mergulhamos em depressão ao pensar que amanhã será a mesma coisa...
Poderia, porém, não ser a mesma coisa se nós, ainda que na mais chata rotina da vida, tivéssemos a capacidade de detectar a presença de Alguém querendo se manifestar em nós, tentando conversar conosco, caminhar conosco, viver, trabalhar, sofrer e amar conosco...
Bom é aprendermos a decifrar os símbolos, a valorizar os lugares onde pisamos, a ler os acontecimentos e os sinais dos tempos, a prestar atenção às pessoas que convivem conosco ou que encontramos por acaso.
Qualquer lugar poderia ser para nós o poço de Jacó, quaisquer pessoas ou acontecimentos poderiam trazer-nos à presença de Jesus.
De modo que ele nos revele as verdades que precisamos saber e deixemos de andar na vida sem eira nem beira...
Por isso, bom-dia a todas as rotinas do mundo, que, apesar de sua chatice sem fim, podem nos proporcionar o encontro com o Deus da novidade e da vida!
Virgílio Ciaccio
Inspirado em Jo 4,5-42
domingo, 8 de agosto de 2010
Dia dos Pais - 2010
Venha, pai, venha sonhar comigo.
E, no carrossel da vida,
venha ser o meu herói.
Venha, pai, seja meu, fica comigo;
super-homem ou palhaço,
venha ser o meu amigo.
Venha ser do mundo o pedaço,
onde eu posso ser feliz.
Venha, pai, fique aqui, vamos dar boas risadas.
No meu mundo não há guerras,
violência, nem mentiras, e as manchetes de jornal dizem coisas coloridas.
Venha, pai, no meu mundo existe hoje,
o amanhã virá sorrindo,
um presente de meu Deus.
Venha pai, me dê de sua vida um pouco
não esqueça que ando louco,
louco pelo meu amor.
Venha, pai, me deixe ser seu amigo,
me deixe ir mais além, que um dia no meu colo
você vai deitar também.
Nairzinha
E, no carrossel da vida,
venha ser o meu herói.
Venha, pai, seja meu, fica comigo;
super-homem ou palhaço,
venha ser o meu amigo.
Venha ser do mundo o pedaço,
onde eu posso ser feliz.
Venha, pai, fique aqui, vamos dar boas risadas.
No meu mundo não há guerras,
violência, nem mentiras, e as manchetes de jornal dizem coisas coloridas.
Venha, pai, no meu mundo existe hoje,
o amanhã virá sorrindo,
um presente de meu Deus.
Venha pai, me dê de sua vida um pouco
não esqueça que ando louco,
louco pelo meu amor.
Venha, pai, me deixe ser seu amigo,
me deixe ir mais além, que um dia no meu colo
você vai deitar também.
Nairzinha
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