domingo, 7 de fevereiro de 2010
Gotas de Esperança - Lynne Gerard
A sensação de estar só... passa, assim como o inverno dá lugar à primavera.
Você encontrará seu caminho para a felicidade, assim como uma planta encontra seu caminho em direção ao sol, crescendo, mudando e avançando.
No dia em que você nasceu, em algum lugar, uma planta floriu, o sol brilhou ainda mais forte, e enquanto o vento se movia pelo oceano, ele sussurrou seu nome…
Você é uma pessoa especial e o mundo é melhor porque você existe.
Sempre que sentir o cheiro da chuva, ouvir o canto dos pássaros, ou ver uma borboleta ao sol saiba que alguém pensa em você e lhe deseja muita paz.
Quando nuvens de tempestade escurecerem seu mundo, lembre-se que a amizade lhe oferece um abrigo seguro onde você nunca está só…
Lá, encontrará bem-estar, apoio e compreensão.
Os dias frios cinzas não duram para sempre…
Os pássaros sabem disso, e é por isso que eles cantam.
Não desista, não admita sentimentos de fracasso; dúvidas vão e vêm, assim como as estações do ano…
Quando tudo o que é bom parece perdido, lembre-se que a vida é um círculo, e a esperança mora no horizonte.
Se você sente o calor do sol em seu rosto, o cheiro da terra, o canto do pardal, então saiba que você é parte da natureza, com a sua própria singularidade, beleza e razão de ser.
A vida não é sempre radiante, mas se o sol pode brilhar depois da pior tempestade, nós também podemos.
Não importa quão frio o vento, quão escuro o dia; há calor dentro de um coração repleto de amor e compreensão.
A natureza nos oferece o calor do sol, o perfume das flores e o canto dos pássaros para nos fazer lembrar que não importa quão difícil a vida são;
haverá sempre momentos de bondade, paz e oportunidade de crescimento.
Alguns dias são melhores, outros, é melhor esquecer;
mas, assim que o anoitecer marcar o final do dia, pense nas coisas boas da vida, coisas inocentes e verdadeiras, e adormeça sonhando com a esperança que traz o amanhã.
Quando o vento frio soprar desânimo em seu coração e o mundo parecer rancoroso, seja paciente e perseverante, para que sempre voltem os momentos de bondade e amor.
Busque o vento para o seu sonho, depois deixe seu coração voar livremente…
Com coragem, fé e firmeza, dê tudo de si. Cada dia que amanhece traz esperança e oportunidade de fazer os sonhos se tornarem realidade.
Existe mágica na passagem do dia para a noite…
Assim como as cores que se desfazem no crepúsculo, trazendo esperança para um amanhã radiante.
Você tem dentro de si mesmo energia para vencer…
Pode transformar um obstáculo em um degrau que o leve um passo adiante na realização de seu sonho.
Se nós possuímos a habilidade de sonhar, o potencial de realizar sonhos também é nosso.
Estabeleça um objetivo e mantenha-se em sua trilha;
não deixe que os infortúnios da vida o desviem de seu caminho…
persistência, assiduidade e trabalho árduo nunca ficam sem recompensa, e os sonhos realmente tornam-se realidade.
Para envelhecer bem, devemos continuar a sonhar, pois é a busca de sonhos que nos mantém jovens de coração.
Reflita na vida sempre que possível; reserve tempo para recordar, e faça tempo para sonhar…
Encontre seu próprio caminho; vá com confiança e…
Surpresas boas virão.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
OFICIALMENTE VELHO
Excelente texto de Leonardo Boff para profunda meditação sobre o tema.
Neste mês de dezembro, completo 70 anos. Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois, irrefreavelmente, o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas. De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas,
Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano. Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então, entramos no silêncio. E morremos.
A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e, finalmente, terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo:
“Na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenesce o homem interior”(2Cor 4,16”.
A velhice é uma exigência do homem interior. Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Essa identidade devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis. Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao “silêncio obsequioso” e outros papéis mais.
Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Então, deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos: afinal, quem sou eu? Que sonhos me movem? Que anjos me habitam? Que demônios me atormentam? Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério? À medida que tentamos, com temor e tremor, responder a essas indagações, vem a lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do inefável.
Este é o desafio para a etapa da velhice. Então, nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida. Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.
Por fim, importa preparar o grande encontro. A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte. Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a última realidade, feita de amor e de misericórdia. Aí, saberemos, finalmente, quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: “Contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade”.
Alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião:
. o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue;
. e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa: “Eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver”.
Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo: mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.
*Teólogo, professor e membro da Comissão da Carta da Terra
:
Neste mês de dezembro, completo 70 anos. Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois, irrefreavelmente, o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas. De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas,
Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano. Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então, entramos no silêncio. E morremos.
A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e, finalmente, terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo:
“Na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenesce o homem interior”(2Cor 4,16”.
A velhice é uma exigência do homem interior. Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Essa identidade devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis. Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao “silêncio obsequioso” e outros papéis mais.
Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Então, deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos: afinal, quem sou eu? Que sonhos me movem? Que anjos me habitam? Que demônios me atormentam? Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério? À medida que tentamos, com temor e tremor, responder a essas indagações, vem a lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do inefável.
Este é o desafio para a etapa da velhice. Então, nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida. Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.
Por fim, importa preparar o grande encontro. A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte. Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a última realidade, feita de amor e de misericórdia. Aí, saberemos, finalmente, quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: “Contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade”.
Alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião:
. o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue;
. e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa: “Eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver”.
Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo: mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.
*Teólogo, professor e membro da Comissão da Carta da Terra
:
Assinar:
Postagens (Atom)